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Sarau de Poesia Tcheca em Belo Horizonte

Foi um lindo evento.... O Sarau de Poesia Tcheca ... no dia 2 de dezembro no Espaço Letras e Ponto da cidade de Belo Horizonte.
Compareceram pessoas que amam a arte, entre eles, professores de literatura, escritores, dramaturgos, diplomatas, produtores culturais, etc.

 
 

 
O ator Rodrigo Leste coordenou no Espaço Letras e Ponto o Sarau de Poesia Tcheca, que teve uma leitura livre de Jaroslav Seifert, Jan Neruda e Vaclav Havel, entre outros autores. O evento contou com a participação dos atores Dagmar Braga e Jeter Neves. Aprecie, a seguir, duas amostras do cardápio poético, poemas de Jan Neruda e Jaroslav Seifert:

BONITO - Jan Neruda

Bonito. Bonito até não poder mais, era um sonho,

vindo do coração da terra,

mil mundos ao redor girando e queimando.
Era um sonho de Krasny,

só, somente um sonho.

E deixou algumas coroas pra nós

E um girassol de fé.
 

 

Girassol que gira, gira ao redor,

Sustento da beleza que começa nos olhos dela,
a pequena menina, broto humano e girassol.

 

O Jan Neruda, original, nasceu em Praga, em 1834. Sempre viveu no Bairro Malá Strana, um dos mais lindos e bucólicos da capital da República Tcheca. O lugar o inspirou a escrever o seu livro mais famoso: Contos de Malá Strana. Jan foi professor, poeta, jornalista e escritor.

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POEMA SOBRE A GUERRA - Jaroslav Seifert
 

Estrangular a guerra

para que as mulheres possam sorrir,

para que não envelheçam tão depressa

quanto as armas envelhecem.

 

 

 

Mas a guerra disse: Sou!

Sou desde o princípio,

não tendo havido o momento

em que eu não existisse.

 

Em 1984 o mundo abre os olhos para a poesia tcheca quando o poeta Jaroslav Seifert, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra, que inclui dezenas de títulos. Ele nasceu em Praga, em 1901, e faleceu na mesma cidade, em 1986. Sua primeira coletânea de poemas tem o título  de Cidade em Lágrimas.

 

 

Sou antiga como a fome

e o amor.

Eu sequer me criei,

mas o mundo me pertence!

 

E irei destruí-lo.

Estarei presente

quando o trapo ensangüentado de fogo

cair nas trevas

feito saliva de criança

cuspida no fundo do poço

para se medir

sua profundidade escura.

 

Nós contudo — e aí reside a esperança —

poderemos pensar a este respeito

por um instante

por um breve instante ao menos.