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Photo: Yvonne Fričová
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BRASÍLIA – CIDADE – SONHO

Trata-se do primeiro livro publicado em tcheco que apresenta de forma abrangente a arquitetura da capital do Brasil, singularizada pelo projeto urbanístico de Lucio Costa e pelos edifícios de Oscar Niemeyer. Trata-se de uma coletânea de textos recheada de anotações, fotografias e desenhos que guiam o leitor por Brasília passo a passo, aproximando-o das circunstancias da sua fundação e da aventura fascinante de sua construção. São apresentados, ainda, os criadores da capital e os seus habitantes, bem como as opiniões de críticos e admiradores, com a revelação de surpreendentes vínculos tcheco-brasileiros.
 

Para a finalidade desta publicação, no transcurso dos anos 2012–2015, milhares de fotografias foram tiradas pelo fotografo Pavel Frič. As fotografias, distribuídas por todo o livro segundo o arranjo gráfico de Martin Hůla, são acompanhadas por explanações eruditas, citações da literatura cientifica e artistica, entre outras marginalias dedicadas a personagens e acontecimentos da literatura e da realidade brasileiras preparadas por Yvonna Fričova, editora da obra. Compõem o livro, ademais, comentários originais sobre a cidade de Brasília de autoria do poeta brasileiro Nicolas Behr.

Pavel Frič é neto do Alberto Vojtech Frič quem na realidade foi precursor e de certa forma fundador da nossa diplomacia em Brasil.

A. V. Frič chegou na América do Sul graças ao seu interesse pelos catos que, para os lavradores da Europa na virada dos séculos XIX e XX, ainda constituíam algo raro. Ainda estudante, conseguiu acumular em Praga uma das maiores coleções europeias de plantas exóticas e tornou-se num especialista reconhecido a nível internacional. Em 1901, com a idade de dezoito anos, partiu para o Brasil para encontrar uma base botânica para a nova coleção. A estadia de um ano acabou por ser uma dura prova para o jovem viajante, mas também uma escola de vida. Numa canoa índia, partiu de São Paulo e navegou pelo rio Tietê e seus afluentes até Mato Grosso e depois de um encontro com os indígenas o interesse botânico foi substituído pelo entusiasmo etnográfico.

Após a fundação da Tchecoslováquia realizou uma importante missão de promoção ao serviço do novo estado (1919-1920) pelo Brasil, Argentina e Uruguai, e contribuiu muito para a sua popularidade nesses países. Assim ele se dedicava a “diplomacia pública” ainda antes de apertura da Embaixada da Tchecoslováquia no Brasil. Dedicou toda a sua vida à promoção da América do Sul na Boémia: considerou até sua obrigação moral informar o público e os interessados em viajar ou emigrar sobre as suas experiências e as possibilidades que podem explorar do outro lado do oceano.

Ondřej Kašina, Ministro-Conselheiro