Edifício da Embaixada da República Tcheca em Brasília

 

Estilos arquitetônicos das representações da República Tcheca no exterior

A República Tcheca possui aproximadamente 300 propriedades no exterior. Cada uma delas consta de uma construção principal, geralmente o edifício da embaixada ou do consulado-geral, um complexo residencial e demais construções administrativas. A maior parte dos edifícios foi adquirida através de compras ou doações, outros foram construídos de tal forma que os respectivos estilos arquitetônicos representassem o país da melhor maneira possível:

1 - Historicismo: Viena, Paris, Berna e Haia
2 - Neoclassicismo, arquitetura anterior à guerra: Belgrado e Ancara
3 - Realismo socialista, anos 50: Moscou e Pequim
4 - Brutalismo, anos 60: Brasília, Londres, Deli e Cairo

Arquitetos tchecos abandonaram o realismo socialista monopolista dedicando-se aos estilos contemporâneos da Europa Ocidental, sobretudo ao brutalismo (do francês béton brut – concreto bruto), muito popular na época.  O brutalismo partia da obra do mais célebre arquiteto do século XX, Le Corbusier, e estabeleceu-se com vigor na Tchecoslováquia. Esta arquitetura, que se utilizava de concreto armado, destacava linha retas, ângulos retos e fachadas austeras, não encobria os processos de construção. Pelo contrário, utilizava-se de marcas descobertas de madeira e de fendas entre blocos como elementos decorativos, abrindo assim espaço para os projetos ousados dos arquitetos dos ateliês do Instituto de Projetos de Praga e para os seus experimentos criativos. Entre eles destaca-se sobretudo o edifício da Embaixada em Brasília (1962-1965), em que colaboraram como autores, sob direção de K. Filsak e K. Bubeníček, J. Šrámek e J. Bočan. As realizações mais perfeitas desse estilo foram a Embaixada em Deli (1969) e o edifício em Cairo. A Embaixada em Londres (1966-1970) tornou-se o mais célebre dos projetos brutalistas.

5- Arquitetura modular, anos 70: Ulan-Bator, Bonn, Atenas e Berlim
6- Neo-funcionalismo, anos 90: Munique, Budapeste, Vilnius e Tbilisi

História do projeto architetônico da Embaixada em Brasília

O atual edifício da embaixada tcheca em Brasília foi construído nos anos 1962-1965 no âmbito do novo complexo da embaixada tchecoslovaca em construção à época. Este complexo consistia do edifício administrativo e da residência do embaixador na parte inferior do terreno e do prédio de apartamentos na parte superior. Merece registro o revestimento externo dos edifícios, semelhante ao do edifício da Empresa de Transportes em Holešovice e do edifício do Ministério do Interior em Letná em Praga, de cerâmica branca. O complexo encontra-se no Setor de Embaixadas Sul, num terreno levemente inclinado, entre as embaixadas da Grécia e da Indonésia, orientado no sentido nordeste/ sudeste, com vista para o lago Paranoá.

Todo o complexo foi construído segundo o projeto vencedor dos arquitetos K. Filsak, K. Bubeníček, J. Šrámek e J. Bočan. Importantes artistas plásticos tchecos foram convidados a participar da obra e o projeto do interior ficou a cargo do arquiteto Z. Hřivnáč. Este projeto foi escolhido por uma comissão seguindo uma recomendação de L. Costa, autor da planta de Brasília, e com seu estilo enquadra-se na arquitetura moderna da cidade, que conta com as obras de projeção mundial do arquiteto O. Niemeyer.

Depois da divisão da República Federativa Tcheca e Eslovaca em 1993, o lote foi dividido, sendo que a metade inferior com o edifício administrativo e a residência passou a pertencer a Eslováquia e a metade superior com o edifício com átrio, de telhado plano, ficou com a República Tcheca. Este foi submetido a uma nova divisão, do ponto de vista funcional, ficando dessa forma, a parte norte como administrativa e a parte sul como residencial com quatro apartamentos e dois conjugados. No átrio com piscina está localizada uma área de serviços gerais.

Reconstrução entre 2002 e 2010

Visto que a representatividade, o estado e a funcionalidade do complexo não mais correspondiam, havia muito tempo, às exigências da embaixada, houve necessidade de uma reconstrução geral que respeitasse, porém, do ponto de vista arquitetônico, as qualidades estéticas da construção. Por este motivo a reconstrução da embaixada e o novo projeto dos interiores foram realizados de acordo com projetos dos arquitetos do ateliê R.U.A. - M. Hlaváčková, P. Hlaváček e O. Korčák. Os projetos foram trabalhados, com interrupções, durante o período de 2002-2009, sob direção de P. Hlaváček. O edifício ganhou um revestimento novo indispensável, desta vez de cerâmica branca e cinza complementada por áreas, impossíveis de não serem vistas, azul-escuras na fachada. Também passaram pela reforma, sob direção de J. Řičánek a J. Černý da empresa de construção civil PSJ, as instalações elétrica e hidráulica do complexo, a cerca, a piscina e a via de acesso antes considerada insatisfatória. Esta foi, além disso, complementada por um edifício de entrada renovador que conta com o departamento de vistos e a portaria, e por um novo estacionamento nas imediações da parte norte, administrativa, do edifício principal. Uma outra modificação grande é a transferência da quadra de tênis da via de acesso ao espaço atrás da piscina, abaixo da parte sul, residencial, do edifício principal. A reconstrução da embaixada foi concluída em fevereiro de 2010, restando terminar a reforma do jardim.

Fotodocumentação:

Entrada com o edifício consular e a portaria


1. A entrada com a parte administrativa antes a reconstrução


2. A entrada com a parte administrativa após a reconstrução


3. A entrada com o edifício consular e a portaria após a reconstrução


Parte administrativa


1. Antes


2. Durante


3. Após


4. Antes


5. Após a reconstrução, com o edifício consular e a portaria


6. Antes


7. Durante


8. Após


9. Antes


10. Durante


11. Antes


12. Durante


13. Antes


14. Durante


15. Durante


16. Após


Parte residencial


1. Antes


2. Durante


3. Antes


4. Após


5. Antes


6. Após


7. Antes


8. Após


9. Antes


10. Após


11. Durante


12. Após


13. Antes


14. Após


15. O jardim antes a reconstrução


16. O jardim após a reconstrução


Fotos: M. Minář ((c)MZV)